segunda-feira, julho 23, 2007

auto-reverência


Fomos e voltamos. Agora é diferente. Eu sou aquela mulher desnudada, frente à tanto terno pra um homem só. Não me comove, quero mais.
Todas as explosões que sinto no meu corpo são típicas dos 30, mas elevo cada uma delas como únicas. Afinal, descobrir o que é ser, não tem concorrência. Me alegro, densifico, intenciono e basta... Porque o outro faz parte de mim e aproveito. Muito mais do que ele, já que ainda não sabe. Não sabe como é sentir um pedaço de Vênus gritando de emoção todo dia que acorda.
... os ares arrebatam tão lentamente, assim como a vida deve ser.

inserções

Na minha sala tenho um quadro muito grande apoiado no chão. O conheço muito bem: suas tintas, seus contornos, sua história. As mãos que o pintaram e que fabricaram os pincéis para sua execução; o estudo de anos que maturou sua concepção. A pintura é colorida como o mundo da renovação. Nele pode-se ler tantas cores e elementos da paisagem de ilusão, quantas a que existem em seu autor. Se a realidade não fosse proporcional àquele olhar do que coloriu, não me faria nenhuma diferença; ainda com Picasso endossando que “A arte é uma mentira que revela a verdade”, guardo em meu olhar todas as mentiras e verdades do quadro muito grande que tenho em minha sala.