segunda-feira, agosto 24, 2009

hero

Podia ser qualquer um, mas foi ele. Foi o mais alto, talentoso, destemido e aventureiro. Não, você não conhece ninguém como ele. Foi irmão, filho, desabrigado, Hare Krishina, homem, caminhoneiro, vidente, pai e mãe, sapateiro, flautista, roceiro, preso, livre. Não, ainda não é ninguém que te pareça. Foi negro, pardo, ético, líder, desabonado. Foi ingênuo, verdadeiro, rico, humilde.
Esse homem existe. Anda com roupas que ele mesmo costura, escolhendo estampas e cortes. Sabe os truques que as crianças mais gostam e não interrompe a fala de ninguém.

quinta-feira, março 12, 2009

A Terceiridade da Dor ou A Primeiridade do Amor

Romeu,
porque há de ser Romeu?
É só seu nome que é meu inimigo.
Que é Montéquio?
Não é pé, nem mão.

Chama-se outra coisa!
Que é que há num nome? O que chamamos Rosa, teria o mesmo cheiro com outro nome.
E assim, Romeu, chamado de outra coisa
Continuaria sempre a ser perfeito com outro nome.
Mude-o, Romeu, e em troca dele
Que não é você
Fique comigo

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

O sorriso da moça

Conheceu um sorriso
Um sorriso numa forma tão nova
Cada vez que pensava estar tudo acabado
Constatava que a moça sorria
O que a moça sabia mais do que ela
Sorria
Para uma, fim de linha
Para outra, o inesperado chegando a cavalo

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Chegando

Mas de nada adiantaria poupar sua dor...
Pois todos os outros haveriam de assistir
as grossas caldas de fogo
Chegando

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Santa Ela!

“Toda definição acabada é uma espécie de morte, porque, sendo fechada, mata justo a inquietação e curiosidade que nos impulsionam para as coisas que, vivas, palpitam e pulsam”.
Lúcia Santaella

Atlas Geográfico

São pequenas partes de um todo
Ou um todo em partes
Que não se reparte
Nem na lucidez, nem na inconsciência
São todos uma parte

No corpo
Ou no celeste
Brilham ou afogam
Em amarelo e rubro medo
Nem respirar, nem vomitar
Tudo pára, simples assim

Circula e retém
também
Sem aviso de urgência

O corpo
Num atlas

Para localizar